Crenças
de gentileza....
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Gentileza denunciava o mundo,
regido "pelo capeta capital que vende tudo e destrói tudo". Via no
circo destruído uma metáfora do circomundo que também será destruído. Mas
anunciava a "gentileza que é o remédio para todos os males". Deus é
"Gentileza porque é Beleza, Perfeição, Bondade, Riqueza, a Natureza, nosso
Pai Criador". Um refrão sempre voltava, especialmente nas 56 pilastras com
inscrições na entrada da rodoviária Novo Rio no Caju: "Gentileza gera
gentileza, amor". Convidava a todos a serem gentis e agradecidos.
Anunciava um antídoto à brutalidade de nosso sistema de relações e, sob a
linguagem popular e religiosa, um novo paradigma civilizatório urgente em toda
a humanidade.
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Houve um homem enviado ao Rio
por Deus.
Seu nome era José da Trino, chamado de Profeta Gentileza (1917-1996). Por mais
de vinte anos circulava pela cidade com sua bata branca cheia de apliques e com
seu estandarte, pregava nas praças e colocava-se nas barcas entre Rio e Niterói
anunciando sem cansar: "Gentileza gera Gentileza". Só com Gentileza,
dizia, superamos a violência que se deriva do "capeta-capital".
Inscreveu seus ensinamentos ligados à gentileza em 56 pilastras do viaduto do
Caju, à entrada da cidade, recuperados sob a orientação do prof. Leonardo Guelman que lhe
dedicou um rigoroso trabalho acadêmico, acompanhado de vídeo e um belíssimo
CD-ROM com o título Universo Gentileza: a gênese de um mito contemporâneo.
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